Beijada por um Anjo: A força do amor, Elizabeth Chandler (Mary Claire Helldorfer), tradução de Marsely De Marco Martins Dantas, 1ª Edição, Ribeirão Preto-SP: Novo Conceito, 2010, 256 páginas.

Dando continuidade a uma de suas séries, a autora Elizabeth Chandler lançou o livro Beijada por um Anjo: A força do amor, segundo dessa que possui atualmente cinco livros publicados e é um sucesso no mundo todo, apesar de dividir opiniões.
Algumas semanas se passaram após os acontecimentos retratados no primeiro livro da série, intitulado Beijada por um Anjo (Resenha). Ivy Lyons, que até determinado momento de sua vida acreditava no poder dos anjos, já não mais acredita e precisa buscar forças na família e nos amigos para superar seus problemas. Mas o perigo está mais próximo do que Ivy imagina e mesmo não mais acreditando, os anjos são os únicos capazes de salvá-la deste perigo.

“O quarto começava ser invadido pela pálida luz da manhã, e os pássaros já estavam acordados, cantando de galho em galho. Queria ficar a sós com Ivy durante o pouco tempo que lhe restava. Virou-se para ela, desejando tocá-la. (pág. 73)”.

Nessa continuação, a escrita de Elizabeth Chandler continua com os seus detalhes que em parte podem desagradar à maioria dos leitores. A história não deixa de ser leve e com leitura rápida, porém são poucas as reviravoltas capazes de deixar a história surpreendente e isso se deve a enrolação dos fatos. A leitura agora ganha um tom bem-humorado – mesmo com muitos momentos tristes -, principalmente quando são narradas as partes com os anjos. Apesar disso, a falta da distinção de tempo faz toda a diferença, negativamente, impedindo que a escrita se torne agradável e conquiste o leitor por isso.
Se a escrita continua a mesma, a história, felizmente, fica um pouco melhor, mas nada que deixe o livro superior ao seu antecessor, afinal, em ambos a história é arrastada até determinado momento, onde tudo se resolve – ou não -, deixando o leitor na expectativa para o próximo livro.
O melhor de todo o livro são as personagens, principalmente aquelas que sofreram mudanças após os acontecimentos de Beijada por um Anjo. A autora soube criar as personagens sem deixar a desejar. Destaque para Ivy e seu par romântico, Tristan, o maior prejudicado em tudo o que acontece. Tristan agora precisa aprender muita coisa que pode ser fundamental para a sequência da história e lutar para salvar Ivy. Já ela, perdeu seu interesse pelos anjos e agora tem atitudes que nem sempre seriam as esperadas por nós, leitores. Sem contar que ela se aproxima de Gregory, seu meio-irmão e que não chega a ser a personagem mais adorada do livro – pelo contrário. A personagem que mais atraiu ao longo dos 14 capítulos foi Lacey, uma conhecida atriz que se tornou anjo ao falecer e é de extrema importância.

“Quando uma escritora olha para uma tela de computador em branco, o que ela vê? Uma tela de cinema pronta para ser iluminada com novos personagens? A imagem do céu noturno com apenas uma estrelinha brilhando no alto? Um universo pronto para começar a ser descrito? Infinitas possibilidades. Infinitas reviravoltas amorosas - e todas as impossibilidades do amor. (pág. 85)”.

As capas da saga Beijada por um Anjo são simples, porém sempre possuem um significado importante. Neste caso não é diferente. A tipografia e diagramação também não são diferentes e seguem o mesmo estilo de toda a série, com letras maiores do que de costume, o que não chega a ser ruim, e detalhes que lembram que é uma história relacionada com anjos.
No mais, Beijada por um Anjo 2 é um pouco melhor do que seu antecessor, mas não tem os elementos capazes de transformá-lo em um livro inesquecível. Tem uma leitura leve, uma pitada de romance, porém o suspense – que todos esperavam – fica apenas para as últimas páginas, deixando a maioria das respostas para o terceiro e último livro da trilogia - que mais tarde se tornou série. É difícil falar sobre o livro sem revelar spoilers, mas uma coisa é certa: a série Beijada por um Anjo cresce a cada livro (resenha do 3º ainda nos próximos dias) e talvez por isso tenha se tornado um sucesso mundial.

“O problema para mim é que nunca consigo ver quem ele é, da mesma forma que não consigo ver como é um espelho de verdade, uma vez que reflete quem quer que esteja ao redor dele. (pág. 211)”.