O Resgate do Tigre, Colleen Houck, tradução de Raquel Zampil, 1ª edição, São Paulo-SP: Arqueiro, 2012, 432 páginas.

A autora Colleen Houck tem conquistado milhares de fãs nos últimos tempos, isso pelo sucesso que tem sido suas obras, a começar pelo livro A Maldição do Tigre (Resenha), que em breve ganhará uma versão cinematográfica. Mas antes disso, no Brasil, a editora Arqueiro lançou no mês de maio o livro O Resgate do Tigre, que dá continuidade as aventuras de Kelsey Hayes.
O primeiro livro da saga já tinha tudo o que um livro de estreia precisa ter: aventuras, romances, ação e uma história muito bem contada pela talentosa autora americana. Em O Resgate do Tigre, a autora nos surpreende com um livro que supera tudo o que já tínhamos, comprovando porque a história de Kelsey se tornou um verdadeiro sucesso em diversos países do mundo.
A jovem Kelsey continua em sua missão de tentar quebrar a maldição que atinge os príncipes indianos Ren e Kishan há séculos. Ao contrário do primeiro livro, onde ela viveu grandes aventuras ao lado de Ren, dessa vez é Kishan quem está do lado da nossa protagonista e isso nos dá a chance de conhecer um lado diferente do tigre negro. A presença de Kishan em grande parte do livro é importante para mostrar o desenvolvimento de todas as personagens e principalmente para que as conclusões em relação a ele não continuem sendo precipitadas. Ele vive momentos engraçados em grande parte da história, o que não acontece quando nos referimos a Ren, já que este é uma personagem mais centrada. O segundo livro ajuda aqueles que ainda não escolheram um tigre com seu favorito a tomar partido.

“O temor pela vida de Ren reforçou minha determinação. Como uma mãe ursa protegendo o filhote, postei-me diante de Ren, decidida a impedi-los de continuar avançando ou pelo menos a lhes dar um alvo diferente contra o qual disparar”. (pág. 147).

A imaginação da autora também merece destaque em O Resgate do Tigre. O que já era excepcional no primeiro se tornou ainda melhor, começando pelo encontro que as personagens principais têm com o Dalai Lama, figura de extrema importância para a continuidade da história e que se tornou uma cena de fato marcante. Kelsey e Kishan ainda se aventuram em um lugar extraordinário e qualquer leitor, lendo a descrição de Houck, sem dúvidas deseja estar na pele das personagens e poder apreciar cada detalhe exposto na obra. Toda a mitologia indiana por trás da história se torna mais intensa e graças ao Sr. Kadampersonagem favorito – conhecemos diversas lendas. Ele dá uma verdadeira aula sobre uma das mitologias mais fantásticas que existe no mundo, o que ninguém pode colocar defeito.
Mas, para os apaixonados de plantão, é bom dizer que o final fica longe de ser o mais agradável e esperado pelos leitores. Chega a ser decepcionante esperar todo o livro por algo e quando isso deveria acontecer, a autora simplesmente criar uma reviravolta inesperada. Isso dá apenas uma certeza: o terceiro livro, A Viagem do Tigre, que tem lançamento nacional previsto para novembro, tem tudo para ser ainda melhor.
Não é exagero quando lemos que O Resgate do Tigre tem o dobro de aventura, ação e romance. Houck não criou a história na medida certeza. Ela foi além desse detalhe e com sua escrita simples e ao mesmo tempo empolgante, criou um enredo capaz de conquistar o leitor da primeira à última página. Sendo assim, um dos livros mais esperados no primeiro semestre de 2012 atendeu as expectativas.

“Eu estava perguntando a Kishan se ele conscientemente deixaria o irmão morrer para se assegurar de que teria a vida que queria ter. Seria fácil para ele ocupar o lugar de Ren, caso o irmão não estivesse mais aqui. Eu estava lhe perguntando se ele era esse tipo de homem”. (pág. 399).